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“Algo que não pode acontecer”, diz Lula sobre morte de Heloísa

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nas redes sociais neste sábado (16) após a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, que foi baleada na cabeça por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio de Janeiro.

Em texto publicado no “X”, antigo Twitter, o presidente afirmou que esse caso é “algo que não pode acontecer”, e manifestou solidariedade aos pais e familiares da menina.

Mais cedo, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também se pronunciou sobre o caso.

“Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses – e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -, merece ter a sua existência repensada. Para violações estruturais, medidas também estruturais”, escreveu o ministro.

Entenda o caso

Na noite do dia 7 deste mês, Heloísa dos Santos Silva chegou ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes trazida por uma viatura da PRF.

A direção do hospital informou que a criança deu entrada no local com sangramento no couro cabeludo, sendo sedada e entubada em seguida.

Após avaliação, ela passou por procedimento cirúrgico. Ainda segundo a prefeitura de Duque de Caxias, a criança foi internada no Centro de Terapia Intensivo (CTI) do hospital.

Na ocasião, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi às redes sociais e declarou ter solicitado esclarecimentos a respeito do caso.

“Sobre a tragédia com uma criança de 3 anos no Rio de Janeiro, já solicitei esclarecimentos e providências aos órgãos de direção da PRF naquele Estado. Estou aguardando a resposta, que será comunicada imediatamente. E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe. Outras medidas serão informadas em breve”, escreveu Dino.

Policiais foram afastados

Um dia após a ação, os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados.

De acordo com a PRF, o carro em que a menina e a família se encontravam tinha um registro de roubo realizado em agosto do ano passado. O motorista, pai da criança, disse ter comprado o carro sem saber deste registro.

“É comum pessoas comprarem carros assim e não saberem, por motivos variados, até desconhecimento mesmo. Parece ter sido o caso”, afirmou o inspetor da PRF no Rio de Janeiro.

Por telefone, o antigo proprietário do veículo, morador de Petrópolis, confirmou à CNN que teve o carro roubado em agosto de 2022. Segundo o homem, que pediu para não ser identificado, ele foi vítima de um assalto à mão armada.

O homem contou que recebeu uma ligação da PRF e foi comunicado da apreensão do veículo roubado.

MPF pede prisão de agentes

O Ministério Público Federal pediu a prisão de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na ação que resultou na morte da menina Heloísa.

À CNN, o procurador Eduardo Benones, que investiga o caso, informou que pediu a prisão de Fabiano Menacho Ferreira, policial que admitiu ter feito disparos contra o carro onde estava a menina, e dos dois policiais envolvidos na ação.

O pedido de prisão preventiva foi apresentado na sexta-feira (15) à Justiça Federal, quando o crime imputado pelo procurador era o de tentativa de homicídio.

Com a morte de Heloísa, o pedido de prisão será aditado. O MPF apura a dinâmica do caso e quer entender, também, como e porque um policial rodoviário federal esteve no local em que a menina estava internada.

Veja também: Menina de 3 anos baleada durante a abordagem da PFR morre neste sábado

*Publicado por Iasmin Paiva, com informações de Elis Franco, Cleber Rodrigues, Leandro Resende e Vital Neto, da CNN, em São Paulo

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Algo que não pode acontecer”, diz Lula sobre morte de Heloísa no site CNN Brasil.


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